terça-feira, 4 de dezembro de 2012

A Madragoa

Passeio no bairro da Madragoa com a temática do fado, organizado pela câmara municipal de Lisboa
28 NOV 2012

O bairro da Madragoa está localizado entre santos e entre a Lapa. Desde o século XV que a sua malha urbana se tem vindo a desenvolver mais seriamente e é também desde a mesma altura que este é um espaço onde as raças e as culturas se misturam, onde pescadores, religiosos(as), burgueses e nobres cortesãos frequentam as mesmas ruas.

Ficheiro:RuaMadragoa.JPG
 
A nomenclatura do bairro "Madragoa" vem da expressão "Madres de Goa" que aí viviam, embora antes do terramoto de 1755 o nome deste bairro fosse: Mocambo

O nome mocambo vem do tempo do reinado dos Filipes (1580-1640).
No local da actual embaixada de França já houve um palácio pertencente ao feitor da casa da Índia, construído em 1490 e que terá sido "cedido" ao rei D. Manuel (foi vendido, mas na verdade não por muita vontade do vendedor), que desejava ter uma residência fora da confusão da cidade de Lisboa.




Embaixada da França
Retirada de http://www.panoramio.com/photo/56759889
Rua da Esperança, no séc. XVI esta era a única saída oeste de Lisboa e que tinha passagem directa por Belém.

Quando D. Manuel foi para este palácio precisou de "empregados" (criados/escravos) e portanto povoou este bairro com os que tinha trazido de África (criando até bairros habitacionais para estes). No final do séc. XV e início de XVI a presença do rei D. Manuel, e depois de seu filho, levou a que outros nobres e burgueses comerciantes quisessem ter os seus palacetes na Madragoa, o que por sua vez se revelou no desenvolvimento forte deste bairro.

Em 1580 com a passagem do trono de Portugal para a coroa de Espanha a presença do rei na Madragoa acaba. Sem rei nem corte os nobres e os burgueses afastam-se deixando para trás apenas os negros, daí então o nome "Mocambo". A partir desta altura o bairro entrou a em decadência.

O terramoto de 1755, tal como em toda Lisboa, deixou bem a sua marca neste bairro, essencialmente na igreja de Santos-o-Velho e no palácio dos marqueses de Abrantes (hoje embaixada da França), que foram muito restaurados posteriormente.

A sua ligação com a comunidade francesa começa em 1808 quando este palácio é ocupado pelos franceses durante as invasões napoleónicas. Mas a próxima verdadeira residente deste palácio só chega em 1934. Esta é Dª. Amélia de Leuchtenberg, que depois de viúva do rei D. Pedro IV vem viver para este palácio.

Antes de se tornar a embaixada francesa, o palacete foi comprado pelos Marqueses Lencastre em 1870 e só em 1917 é que este é alugado pelos Lencastre-Távora ao cônsul de França para sua residência pessoal. Mais tarde, o cônsul compra o edifício pela quantia de 80 contos.
A partir de 1937 começou a funcionar o instituto francês e depois a embaixada.

Actualmente, o interior do palácio é fruto de obras realizadas entre 1980 e 82, conservando um exterior do pós-terramoto.




Alguns do exemplos dos quadros que lá podemos encontrar:

Arco de Jesus (entrada em Alfama perto do Clube do Fado)


Rua da Alfândega
 

Tuk tuk à entrada da Sé


 Vista para a ponte 25 de abril


Chiado

Exposição de aguarelas: Olhar Lisboa

Exposição de aguarelas de Lisboa - Hotel Altis Park
até dia 8 DEZ

terça-feira, 15 de maio de 2012

Mais Madeira

A Madeira não é só Funchal. Há muitas outras paisagens idílicas que não podem deixar de fazer parte do tour.

Ponta de S. Vicente (a primeira parte da ilha que se avista ao descer de avião)
 Ponta do Rosto

A Camacha


Esta freguesia localiza-se a 700 m de altitude.
O seu nome, Camacha, vem de um dos primeiros povoadores da localidade:
- Após a morte do Sr. Camacho, a sua mulher resolveu cobrar uma taxa/imposto a quem habitasse nas terras do seu falecido marido, e a população habituou-se a ir “à camacha”.
Nesta mesma freguesia jogou-se o primeiro jogo de futebol (+/- com as regras que conhecemos hoje) que foi organizado por um jovem inglês no Largo da Arcada. E é também da Camacha o rancho folclórico mais conceituado da Madeira.


 Reboçadinhos de funcho


 Curral das Freiras


 Cabo Girão
Cabo Girão


domingo, 13 de maio de 2012

Ilha da Madeira - Funchal - Jardim Santa Catarina


O Jardim de Santa Catarina encontra-se hoje no local do primeiro cemitério da ilha, que no séc. XX foi transformado em jardim público com 36 mil m2. Este jardim de vertente lúdica e didáctica tem pelo menos um exemplar das espécies mais importantes da ilha, Legendada com nome científico, origem e nome comum.





Na zona mais elevada do jardim encontramos a célebre Quinta da Vigia, que está localizada num ponto estratégico controlar possíveis ataques de piratas. Foi aqui que a princesa Sissi da Áustria ficou alojada quando fazia os seus tratamentos contra a tuberculose. 
É hoje a residência oficial do Presidente do governo regional da Madeira, Alberto João Jardim








Ilha da Madeira


A ilha da Madeira que oficialmente foi encontrada em 1419 por João Gonçalves Zarco e Tristão Vaz Teixeira, foi na verdade descoberta por um acaso. Em 1418, quando Zarco seguia para sul, na exploração da costa africana é atirado pelas tempestades marítimas para uma ilha que o salvou e à qual ele chamou: Porto Seguro. Deste porto, Zarco avistou a Madeira e no ano seguinte é mandado pelo Infante D. Henrique à descoberta deste espaço. No entanto a ilha da Madeira já tinha aparecido pela primeira vez em 1351 num mapa genovês.

O seu nome, Madeira, provem da abundância desta matéria prima quando a ilha foi avistada primeiramente.

Rapidamente se dividiu a ilha em capitanias:

Nordeste para Tristão (sede Machico);
Sudoeste para Zarco (sede Funchal) e ainda;
Porto Santo para Bartolomeu Perestelo.


Funchal  

 A capital do arquipélago tem 104 mil habitantes e é 9ª cidade mais populosa do pais. O seu nome advém de uma planta, o "funcho", que cobria a baia do funchal no séc. XV. Hoje em dia, conhecemos bem os reboçadinhos de funcho.
Funcho em flor. 
Funcho em flor


No primeiro século de existência portuguesa a Madeira foi povoada por continentais, maioritariamente vindos das regiões do Alentejo e do Algarve e foi a maior produtora de cana do açúcar da Europa. Em cerca de 100 anos esta produção cairia abruptamente graças a um grande concorrente, o Brasil, descoberto em 1500.





A ilha da Madeira sofreu vários ataques de corsários franceses , o que deu origem à construção de várias fortalezas pela ilha.

Mais tarde, no séc. XVI, com a queda da produção do açúcar, foi introduzida a casta Malvasia para a produção do vinho madeira. Depois do casamento/negócio entre Charles II e Catarina de Bragança foi feito um acordo com os comerciantes ingleses, de modo a reduzir-lhes os impostos de exportação. A ilha tornou-se tão especial para os ingleses que enviaram em 1801 um exército para a protecção contra Napoleão.

 
 No século XIX e XX a ilha passa a ser uma estância de verão para refugiados e aristocratas e um local de tratamento de tuberculosos, como o caso da princesa Sissi, de Aústria.

Em1976, este arquipélago alcança a autonomia de regime com excepção nos impostos, defesa e política externa